Paulo Miyada como curador adjunto no Centre Pompidou, Paris

Curador e pesquisador brasileiro, Paulo Miyada, é o primeiro Curador Adjunto focado na América Latina contratado pelo Centre Pompidou.

Em junho de 2021, o Centre Pompidou, um dos mais relevantes museus de arte moderna e contemporânea da Europa, concluiu a contratação do paulistano Paulo Miyada para atuar como seu curador adjunto dedicado à América Latina. Sua missão será pesquisar continuamente a produção da região, promovendo programas culturais e contribuindo para o desenvolvimento da coleção do museu por meio de doações e aquisições.

A criação dessa nova posição foi possível graças à contribuição de duas das participantes do Conselho Administrativo do museu francês e do seu Círculo Internacional da América Latina: Beatriz Yunes Guarita e Catherine Petitgas. Com atuação ampla como fomentadora de iniciativas culturais, Beatriz Yunes Guarita enfatiza que a existência desse grupo de patronos tem permitido que o Centre Pompidou mantenha uma política continuada de aquisição de obras da região, e comemora a ocasião dizendo que “a atuação do Círculo Internacional da América Latina com certeza será reforçada com a interlocução de um profissional que vive e atua na região e poderá trazer um olhar renovado nossas discussões”. Ela acredita ainda na importância de contribuir para que se abra cada vez mais espaço para o pensamento artístico do Brasil e do continente em lugares de excelência como o Centre Pompidou, pois esse espaço traz novas oportunidades de troca entre culturas e de protagonismo para artistas, pesquisadores e curadores locais.

O convite para Paulo Miyada reflete seu compromisso com dimensões sociais e políticas da arte e é resultado de um longo debate interno do Centre Pompidou, que em paralelo contratou curadores adjuntos da Ásia e do Leste Europeu. Sua atuação estará em contato próximo com o curador Frédéric Paul, que já se encarregava de parte das pesquisas sobre o continente, e com o Círculo Internacional da América Latina, parte da Sociedade de Amigos do Centre Pompidou.

Comprometido com suas tarefas como curador geral do Instituto Tomie Ohtake, que atualmente passa por um amplo processo de renovação e fortalecimento institucional, e como curador adjunto da 34a Bienal de São Paulo, que ocorreu entre setembro e dezembro de 2021, Paulo Miyada comenta que “esse convite foi recebido com entusiasmo pela oportunidade de refletir criticamente sobre as virtudes e as lacunas de uma coleção que faz parte da própria formação da história da arte moderna e contemporânea”. Salientando que seu primeiro desafio será encontrar formas de estar em contato contínuo com o debate cultural vasto e diverso da região, Miyada enfatiza que “um museu com a envergadura do Centre Pompidou deve fazer mais do que perseguir obras sobre as quais há décadas de consenso, propondo-se a contribuir para o reconhecimento de trajetórias e poéticas que por toda sorte de motivos estiveram até agora deixadas à margem da história da arte oficial”.