Atos modernos | Pinacoteca de São Paulo + Coleção Ivani & Jorge Yunes

Castiel Vitorino Brasileiro

Castiel Vitorino Brasileiro (Vitória, Espírito Santo, 1996). Artista visual, escritora e psicóloga (CRP 06/162518) formada em Universidade Federal do Espírito Santo. Mestra pelo programa de Psicologia Clínica da PUC-SP sob orientação da Profa. Dra. Suely Rolnik.​ Vive a transmutação como designo inevitável. Dribla, incorpora e mergulha em sua ontologia Bantu. Assumi a cura como um momento perecível de liberdade. Estuda e constroi espiritualidade e ancestralidade interespecífica.

Castiel Vitorino Brasileiro (Vitória, Espírito Santo, 1996) apresenta a obra Prosperidade são lembranças e escolhas (2021) e propõe um reencontro estético e linguístico com as memórias centro-africanas, como a cultura afrobanto, historicamente marcada por estereótipos e arquétipos linguísticos. Visto que também foi através da língua que o longevo projeto colonial logrou êxito, a artista e psicóloga amplia sua investigação sobre os “espaços perecíveis de liberdade” onde suas línguas e tradições convocam atos de reescrita da história brasileira.

Charlene Bicalho

Charlene Salles Bicalho (Nova Era, Minas Gerais, 1982)​ é artista interdisciplinar transita sobretudo pela investigação-ação, fotografia, performance, intervenção, instalação e vídeo. Seu trabalho se concentra em investigações sobre histórias contra hegemônicas, memórias, identidades, estruturas de poder evocando um entendimento crítico e emocional do passado e propõe uma examinação profunda de estereótipos de gênero e raciais contemporâneos. Os deslocamentos cotidianos de seu corpo em contextos diaspóricos são os fios condutores de suas investigações. Apresentou trabalhos no MAC – Museu de Arte Contemporânea de Lima (Peru), Espaço Cultural Fort Grifoon (França), MAES – Museu de Arte do Espírito Santo (ES), MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul (RS), VALONGO – Festival Internacional da Imagem (SP), Teatro Espanca (MG), Teatro Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). 

Orbitando a impermanência do sol, e a constância das águas (2022) é o título da obra da artista visual Charlene Sales Bicalho (Nova Era, Minas Gerais, 1982). para o programa “Atos modernos”. A obra, que integra múltiplas linguagens, como a performance, o vídeo e a instalação, emerge entre critica institucional e a criação de espaços contra hegemônicos de aprendizagem, apontando para as inúmeras formas de restituir o protagonismo aos indivíduos, que dentro das instituições de arte e cultura, raramente são vistos, mas lidam diariamente com um recurso natural tão precioso quanto escasso, a água.

Olinda Wanderley Tupinambá

Olinda Muniz Wanderley Tupinambá – Yawar (Pau Brasil, Bahia, 1989) é jornalista, documentarista, produtora de audiovisual, cineasta, e mais recentemente iniciou atividades como produtora fonográfica para suprir as demandas de seus filmes. Iniciou a vida profissional 2004 através da ONG THYDEWA, quando começou a trabalhar como produtora de conteúdo para o projeto Índios Online. Trabalhou na produção de texto para o livro Índios na Visão dos Índios Pataxó Hã-hã-hãe, e para o Arco digital uma rede para aprender a pescar. Suas preocupações profissionais e pessoais se concentram na problemática social de grupos minoritários, especialmente os indígenas, e na questão ambiental planetária, com a compreensão de que a visão do todo e holística é fundamental para solucionarmos os problemas pontuais aos quais podemos aplicar esforços para sua solução.

Olinda Muniz Wanderley Tupinambá – Yawar (Pau Brasil, Bahia, 1989) é jornalista, documentarista, produtora de audiovisual e cineasta. Seus vídeos e filmes transitam entre documentário e documentário fantasia, a exemplo do filme Kaapora — O chamado das matas lançado na exposição Véxoa: nós sabemos, realizada na Pinacoteca de São Paulo em 2020. Para o programa “Atos modernos” Olinda cria o vídeo Ibirapema (2022) que lança um olhar para uma modernidade, que simultaneamente entrelaça vivências e aniquila as identidades indígenas.

Mitsy Queiroz

Mitsy Queiroz (Recife, Pernambuco, 1988) é artista visual, pesquisador mestre e arte/educador, entende no seu processo criativo a fotografia enquanto corpo sensível, tensionando uma superfície de contágio que conduza o erro como potencial criativo. Na pesquisa de mestrado em poéticas visuais, refletiu o atravessamento do tempo em programações fotográficas que encarnassem a experiência do corpo trans no mundo. Ultimamente tem investigado a potencialidade da imagem movimento, desenvolvendo o filme-ensaio Primeiras Contrações que dentre muitas experimentações, presa por uma dilatação no tempo que evidencie as disjunções de um corpo nascido em estilhaços. Suas participações mais recentes são no projeto de residências artísticas SESC Confluências 2018-2019; nas feiras SP-Arte e SP-Foto 2020 com o coletivo Nacional Trovoa; e a pesquisa Primeiras Contrações com estreia na plataforma Práticas Desviantes 2021.

O artista visual e pedagogo Mitsy Queiroz, (Recife, Pernambuco, 1988) apresenta As ilhas alagadas do Pina (2022), projeto de pesquisa desenvolvido pelo para o programa “Atos modernos”. De seu reencontro com uma fotografia familiar e com a Praia do Pina, localizada na cidade de Recife, Mitsy aprofunda seus estudos sobre o fazer fotográfico, suas estruturas e programações e mobiliza outras concepções de tempo e de progresso.  ​

Luciara Ribeiro

Luciara dos Santos Ribeiro (Xique-xique, Bahia, 1989) é Mestre em História da Arte pela Universidade de Salamanca (USAL, Espanha, 2018) com bolsa da Fundación Carolina, e pelo Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (PPGHA-UNIFESP) com bolsa CAPES. É graduada em História da Arte pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP, 2014), com intercâmbio na Universidade de Salamanca (USAL, Espanha, 2012). Trabalhou na equipe educativa da Fundação Bienal de São Paulo (2010 e 2011), no Museu Afro Brasil, entre outras instituições. Foi bolsista FAPESP no projeto de digitalização, organização, disponibilização na base de dados de material audiovisual e de pesquisa em Moçambique. Participou de Residência artística em Patrimônio Material do projeto Avizinhações São Paulo? Maputo, contemplado pelo Edital Conexões-Intercâmbios do Ministério da Cultura (MINC, 2015).​

Luciara dos Santos Ribeiro (1989, Xique-Xique, Bahia, 1989) apresentará o video-documentário Narrativas em disputa: A periferia é o nosso centro (2022) título provisório.  Pensar criticamente o que seria esse ato moderno que o programa referência, refletindo sobre as relações que o moderno, modernismo, a modernidade, apresentam num circuito artístico que dialoga com pesquisas realizadas anteriormente onde o colecionismo é parte dessa investigação… A proposta é repensar lugares que são colocados como margens, longes, cafundós, bordas, territórios que não são apresentados dentro de uma centralidade do eixo artístico. Alterar esse centro e fazer do centro margem e a margem como centro. Compreender quais são os circuitos expositivos presentes nas periferias da cidade de SP, os deslocamentos, o diálogo entre artistas e como se dá a produção artística nesses territórios.​